24/04/2011

Silencioso grito


E mais uma vez os meus dedos dizem o que a boca não consegue.
Sentimentos puros e vazios.
Um grito no silêncio.
Um grito que não se ouve; que não se percebe.

E agora, a tinta da caneta não é mais visível.
Ela passa a ser sentida por algo que é mudo.
Por algo que só é entendido através da alma.

A dor cresce, penetra, machuca e mata.
Dor que se sente sozinho.
Dor que não poupa e nem ameniza.
Dor que mostra que as palavras só surgem na ausência da fala.

Sensação estranha de só conseguir falar quando não se quer.
Seria perfeito se o coração fosse entendido através das cores.
Cores da alma e da vida
Cores que falam no silêncio e no invisível.
Cores que possuem a ousadia que a voz não tem.
Cores que gritam mais alto do que a própria palavra.


 
Edvard Munch- "O Grito"

Não visite mais esse lugar.
Ele é pessoal e deseja estar distante de todos os olhares e entendimentos.
Só deve ser sentido por quem escreve.
Quando isso também for possível.

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